Rss Feed
  1. Amor e lixo em Praga

    quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

    Sobrecapa

    Capa

    Título: Amor e lixo
    Título original: Láska a smetí (edição tcheca) / Love and garbage (edição inglesa)
    Autor: Ivan Klíma
    Tradutor (a partir da edição inglesa): Eduardo Francisco Alves
    Editora: Record
    Número de páginas: 240
    Ano de publicação no Brasil: 1993
    ***

    Terminei de ler Amor e Lixo em um fim de semana que passei com amigos num agradável chalé no interior de São Paulo, enquanto eles jogavam videogame. 

    Foi uma leitura que começou com entusiasmo e depois foi ficando arrastada em algumas partes.

    O autor, Ivan Klíma, é um sobrevivente de um campo de concentração nazista e, provavelmente por isso, a obra apresenta um clima de "sufocamento" e desesperança. Muitas cenas parecem se passar às escondidas e, apesar de não haver descrições detalhadas, eu sempre imaginava um clima nublado.

    O protagonista é um escritor que, após não ter conseguido contrato com nenhuma editora, decide trabalhar como gari pelas ruas de Praga, capital da República Tcheca. Essa decisão não parece ter sido tomada apenas por falta de outras opções, como ele escreve nesta passagem: 

    Eu mesmo não estou muito certo quanto ao que me levou a tentar esse trabalho tão pouco atraente. O mais provável é que eu tenha achado que, com ele, obteria uma visão inesperada do mundo. De vez em quando a gente sente que, a não ser que encare o mundo e as pessoas de um ângulo novo, a mente vai ficar embotada.

    Logo depois de começar a trabalhar como gari, conhece Daria, de quem compra uma escultura de presente para a esposa e, ironicamente, se torna sua amante. Apesar de se sentir culpado em relação à esposa, Lída, com quem tem dois filhos, ele continua a encontrar Daria, pois sente que ela lhe inspira paixão e vontade de viver. Também admira o fato de a amante ser artista e ter um trabalho criativo (enquanto a esposa parece ter um trabalho "comum" - pelo que entendi, é psicóloga).

    Um tempo depois, ele acaba contando para a esposa sobre Daria. Por sentir que a esposa estava insegura, conclui que o "certo" é ficar ao lado da esposa e continua morando com ela e com os filhos, além de prometer que não vai mais ver Daria. Promessa que só consegue cumprir por um tempo.

    As reflexões que o protagonista faz sobre sobre literatura, vida, amor e morte e os comentários sobre Kafka (autor que também era tcheco e viveu em Praga), além de suas impressões sobre suas relações familiares são muito interessantes. No entanto, as partes em que ele fica "confuso" por não saber se fica com a esposa ou se parte para uma nova vida com Daria, a amante, além de esta insistir em chantagens emocionais são muito chatas. A indecisão do protagonista é irritante, mas talvez se justifique dentro da obra, considerando-se o fim.

    Ivan Klíma não escreve uma literatura "fácil", mas vale a pena conhecer. 


    Ainda creio que a literatura tenha alguma coisa em comum com a esperança, com uma vida livre fora dos muros da fortaleza que, geralmente sem que o percebamos, nos cercam, com os quais, na maior parte das vezes, nós mesmos nos cercamos.

    ***

     Bramboráky (Panquecas de batata)


    Ingredientes para aproximadamente 4 pessoas:
    500 gramas de batatas
    75 gramas de farinha
    2 ovos
    50 gramas de carne defumada
    1 1/2 colher de sopa de leite
    2 dentes de alho
    manjerona, pimenta do reino, sal a gosto
    olho para fritar

    Modo de preparo: Descascar e ralar as batatas cruas, tirar a água e acrescentar ovos, farinha, leite, alho esmagado, temperos e sal. No final, acrescentar carne defumada [usei copa] cortada em pedacinhos pequenos. Misturar tudo e fritar dos dois lados numa frigideira média.
    Dica: fritar uma camada fina da massa em fogo baixo para não queimar e nem ficar crua.

    Batatas raladas

    Copa (carne suína defumada)

    Massa


    ***
    Knedlíky (Pão cozido na água)


    Ingredientes:
    300 g de farinha
    5 g de fermento biológico
    1 ovo
    1 xícara de leite
    uma pitada de sal (caso queira um sabor mais acentuado, acrescentar uma quantidade maior)
    uma colher de chá de açúcar


    Modo de preparo:
    Misturar fermento biológico com um pouco de leite morno e uma colher de chá de açúcar. Deixar até levedar por uns 10 minutos. Depois misturar todos os ingredientes, acrescentar a mistura de fermento, amassar bem todos os ingredientes, acrescentando farinha se necessário, e esperar até a massa dobrar volume (aproximadamente 1 hora).


    Dividir a massa em duas partes e enrolar sobre uma superfície coberta de farinha.


    Colocar os pães para cozinhar em água fervente:



    Deixar cozinhando com a panela tampada.


    Tadãmm! :)



    Esse pão geralmente serve de acompanhamento para outros pratos com carne, como o guláš (se lê "gulásh"), que ainda não aprendi a fazer, e também tem uma variação feita com batatas, o bramborový knedlík (brambor = batata, em tcheco). Para mim, a vantagem desse pão é ele não ficar com aquela casca dura de quando se assa o pão no forno. Ele fica bastante úmido e macio.


  2. 1 comentários:

    Postar um comentário