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  1. Miguilim do Mutúm

    sábado, 28 de dezembro de 2013


    Título: Manuelzão e Miguilim [novela "Campo Geral"]
    Autor: Guimarães Rosa
    Editora: Nova Fronteira
    Número de páginas: 268
    Ano de publicação: 2001 (11ª edição)
    ***

    A vida pelo olhar de uma criança. Poesia em prosa.

    Deste livro, li apenas a novela "Campo Geral", também conhecida como "Miguilim"; deixei "Uma estória de amor" para mais tarde, pois tinha urgência de ver como ficou a adaptação para o cinema, feita pela diretora Sandra Kogut, que acabou sendo uma ótima surpresa.


    Um certo Miguilim morava com sua mãe, seu pai e seus irmãos, longe, longe daqui, muito depois da Vereda-do-Frango-d'Água e de outras veredas sem nome ou pouco conhecidas, em ponto remoto, no Mutúm. No meio dos Campos Gerais, mas num covoão em trechos de matas, terra preta, pé de serra. Miguilim tinha oito anos.

    É assim que a novela começa. Ao longo da narrativa, vamos acompanhando as impressões de mundo de Miguilim, seus sentimentos em relação às pessoas que o cercam, até chegar a um fim que julgo "libertador".

    Miguilim gosta muito da mãe, do irmão Dito (seu melhor amigo) e do Tio Terêz, embora não se dê bem com o pai, de quem tenta gostar e a quem tenta agradar, mas parece nunca conseguir. No início, notamos uma tensão em relação aos adultos: o pai de Miguilim expulsa o irmão, Tio Terêz, de casa, e sua mãe, embora não diga nada, se fecha no quarto. 

    Dias depois, quando Miguilim levava o almoço para o pai, que estava trabalhando em uma roça a uma certa distância da casa, Tio Terêz surge do meio do mato e lhe pede que entregue um bilhete para sua mãe. Miguilim se sente bastante angustiado, pois não queria ser desleal com o tio e, ao mesmo tempo, pressente que, se entregasse o bilhete para a mãe, estaria fazendo algo de errado. Ele chega a perguntar a várias pessoas (mãe, irmão, avó, vaqueiro) como é que se sabe se o que fazemos está certo ou não.

    "- Mãe, o que a gente faz, se é mal, se é bem, ver quando é que a gente sabe?" "- Ah, meu filhinho, tudo o que a gente acha muito bom fazer, se gosta demais, então já pode saber que é malfeito..."

    Não há como não se identificar, pelo menos um pouco, com Miguilim nessa passagem, pois é muito provável que tenhamos passado por situações parecidas na infância. Às vezes não é nada tão sério, mas, para as crianças, pode ter uma dimensão gigantesca.

    Depois que seu irmão Dito morre de doença, após momentos de muita aflição por parte de todos, Miguilim parece perder a vivacidade de antes e também se desentende com o pai e, um tempo depois, fica muito doente, achando que vai morrer.

    Após o período de provação, sua trajetória ganha um novo rumo, quando um médico passa pelo lugar onde a família mora e, após uma breve conversa, diz que Miguilim tem a "vista curta" e lhe empresta seus óculos. É um momento mágico para o menino, que, através dos óculos do médico, consegue ver o mundo com um pouco mais de nitidez.

    Miguilim olhou. Nem não podia acreditar! Tudo era uma claridade, tudo novo e lindo e diferente, as coisas, as árvores, as caras das pessôas. Via os grãozinhos de areia, a pele da terra, as pedrinhas menores, as formiguinhas passeando no chão de uma distância. E tonteava. Aqui, ali, meu Deus, tanta coisa, tudo...



    Interpretei essa passagem como uma despedida da infância, o momento em que o mundo toma proporções mais ou menos condizentes com a "realidade", de certa forma, deixando de ser infinito e embaçado.

    João Guimarães Rosa nasceu em Cordisburgo, Minas Gerais, em 27 de junho de 1908. Formou-se médico, profissão que deixaria alguns anos depois, por sentir falta de vocação, voltando-se à carreira de diplomata, tendo oportunidade de utilizar os vários idiomas que dominava. 

    Li em alguns sites que "Campos Gerais" tem traços autobiográficos, mas como não tenho conhecimentos profundos sobre a vida e a obra do autor, não posso afirmar nada. (Para saber um pouco mais sobre Guimarães Rosa, clique aqui.)

    Sobre o filme, vale a pena vê-lo, pois a adaptação ficou ótima. Também vale a pena ver o making of, quando a diretora explica sobre a escolha da locação e do elenco (as crianças são da região, não são atores com experiência), da preparação do elenco (as crianças e os atores adultos - profissionais ou não - moraram de verdade, por um tempo, na casa que fez parte do filme antes de as gravações começarem). O ator que interpreta o Miguilim, Thiago da Silva Mariz, é fantástico, e, segundo a diretora, ele não perdeu a simplicidade mesmo depois de ter feito o filme - portanto, foi uma escolha muito acertada.

    Miguilim (Thiago da Silva Mariz)

    Para saber mais sobre o filme, veja a página oficial:  http://www.mutumofilme.com.br/

    ***

    Frango com quiabo (receita mineira)

    Ingredientes:

    1 kg de frango em pedaços (usei sobrecoxas e tirei a pele e os ossos)
    300 g de quiabo
    2 colheres de sopa de óleo
    1 cebola ralada (ou bem picadinha)
    2 dentes de alho picados
    pimenta-do-reino, cheiro verde e sal a gosto
    gotas de limão ou vinagre para tirar a baba do quiabo

    Modo de preparo:

    Coloque uma colher de óleo e frite o frango em pedaços (costumo temperar o frango com um pouco de vinho branco, sal e pimenta-do-reino e fiz isso antes de fritá-lo). Reserve.


    Na mesma panela em que se fritou o frango, refogue o quiabo. Coloque a outra colher de óleo e, depois, o alho, a cebola e deixe dourar. Depois disso, adicione o quiabo picado, o sal e a pimenta-do-reino. Durante o cozimento, para diminuir a quantidade de baba do quiabo, acrescente gotas de limão ou de vinagre.


    Depois disso, junte o frango, misture e acrescente 1 xícara de água para formar o caldo e deixe cozinhando por mais alguns minutos.



    Pode ser servido com angu.


  2. Relish ou Como fazer cookies perfeitos

    sexta-feira, 29 de novembro de 2013


    Título original (em inglês): Relish - My Life in the Kitchen
    Autora/quadrinista: Lucy Knisley
    Tradutor: ainda não foi traduzido e publicado no Brasil (editores de quadrinhos, fica a dica!)
    Editora: First Second
    Número de páginas: 176
    Ano de publicação (Estados Unidos): 2013
    Site oficial da autora: http://www.lucyknisley.com/
    Para ler as páginas iniciais, clique aqui.
    ***

    Lucy Knisley, uma jovem e talentosa quadrinista americana, acertou em cheio ao escrever essa autobiografia em quadrinhos. Não que a vida dela sido totalmente fora do comum (ela não foi cobrir uma guerra em um país distante, não testemunhou o ditatorial governo iraniano, não foi abduzida, não é uma rica e famosa estrela de cinema, não passou por uma experiência de quase morte...), mas o extraordinário talvez esteja nisso. Em doze capítulos, ela conta sobre sua vida e a forte relação que tem com a comida desde que nasceu, uma vez que sua mãe é chef e seu pai, um gourmand.

    Lucy Knisley

     Lucy Knisley by Lucy Knisley

    Além de contar sobre situações cotidianas envolvendo comida, Lucy também dá ótimas receitas (para quem tem dificuldade de cozinhar: todas as receitas são ilustradas! :). É simples, mas genial - o que me fez pensar se livros de culinária em quadrinhos dariam bons best-sellers para cozinheiro(a)s iniciantes ou mesmo para os já experientes.


    A primeira receita que Lucy aprendeu a fazer, ainda criança, foi a de cookies. Como chef, a mãe dela gostava de fazer cookies diferentes e ela, dos clássicos cookies com gotas de chocolate, então a mãe dela disse que, se ela quisesse esse tipo de cookie, ela teria de aprender a fazê-los. E assim foi.




    Em seguida, ela dá a receita dos cookies e dicas para que eles fiquem perfeitos:



    No fim do livro há fotos de quando a autora era criança e adolescente - algumas delas serviram como base para que ela preparasse o livro.

    A seguir, a receita dos cookies (os meus ainda não são tão perfeitos como os da Lucy, mas um dia eu  chego lá! ;).

    ***

    Cookies

    Ingredientes:

    2 xícaras de farinha [usei 2 ½ xícaras]
    ¾ xícara de açúcar
    ¾ xícara de açúcar mascavo
    1 xícara de manteiga (derretida, mas não quente) [usei um pouco menos]
    2 ovos
    2 colherinhas de chá de sal [uma para a massa e outra para ser polvilhada sobre os cookies antes de serem assados; eu não usei para polvilhar]
    1 colherinha de chá de fermento em pó
    1 colherinha de chá de essência de baunilha
    1 xícara de coco ralado [usei só ½ xícara]
    gotas de chocolate a gosto [recomendo não usar muito, pois a massa já é bem doce] / castanha-do-pará moída / mini M&M's / uva-passa

    Modo de preparo:

    Em uma vasilha, misturar o açúcar, o açúcar mascavo e a manteiga derretida. Depois, acrescentar os ovos e a baunilha.

     
    Em outra vasilha, misturar bem a farinha, o fermento e a colherinha de sal. Acrescentei mais farinha do que está na receita original, pois na primeira vez que fiz, a massa ficou muito mole e o resultado foi este:

    Fail :(

    Acrescentar gradualmente a farinha, o fermento e o sal à outra vasilha e misturar bem. Por último, acrescentar o coco ralado e as gotas de chocolate. Se não gostar de cookies muito doces, não colocar muitas gotas.




    Também pode-se misturar castanha-do-pará (um dos meus cookies preferidos!):

    Preaquecer o forno (médio) e untar a forma com manteiga e farinha (se não untar, os cookies grudam). Ajeitar os cookies na forma e deixar assando por aproximadamente 40 minutos. 

    Na segunda vez que fiz os cookies, a massa ficou mais consistente e consegui fazer pequenas bolinhas com as mãos (enquanto estão assando, eles se achatam naturalmente). Agora isso para mim é a referência. Na primeira vez, precisei usar uma colher para colocar a massa (que ficou bem mole) na forma.

     Cookies com consistência errada (muito mole)

     Cookies com consistência certa

    Para mim, o ponto certo de desligar o forno é quando as bordas e a superfície começam a ficar douradas - assim ficam crocantes nas bordas e meio moles no centro -, mas como cada pessoa gosta dos cookies de um jeito, então, se gostar de cookies mais "crocantes", é bom deixar no forno por mais tempo.

    Tcharammmmm! =D



  3. Julie & Julia ou Fazendo o que se gosta

    domingo, 27 de outubro de 2013


    Título: Julie & Julia
    Título original: Julie & Julia
    Autora: Julie Powell
    Tradutor: Alexandre Hubner
    Editora: Conrad
    Número de páginas: 344
    Publicação no Brasil: 2007
    Outras edições:
     Edição da Editora Record, de 2010


     Edição Back Bay Books, de 2005

    ***

    Há alguns meses vi o filme "Julie & Julia'', gostei, e quis ler o livro, pois, teoricamente, os livros em que os filmes são baseados costumam ser (ainda) melhores que os filmes.
    Antes de falar da história do filme/livro, queria comentar sobre as edições: primeiro comprei a edição da Editora Record, mas depois vi que havia uma edição da Editora Conrad, mais antiga, que tem uma capa linda (!), feita pelo Jonathan Yamakami, e comprei também. Depois encontrei a edição em inglês. Comecei a ler as três e ia comparando as traduções. Posso dizer que gosto um pouco mais da tradução publicada pela Record, feita pela Alice França, mas, depois de um tempo, acabei lendo só a edição da Conrad mesmo (estava muito demorado ler as três versões e comparar - e eu adorava olhar aquela capa vermelha ao fechar o livro...).

    Julie & Julia foi escrito a partir de um blog que Julie Powell criou no início dos anos 2000, em que ela contava sobre o seu projeto: fazer 524 receitas do livro Mastering the Art of French Cooking, escrito por Julia Child, chef americana conhecida por popularizar a culinária francesa nos Estados Unidos nos anos 1960.

    Julia Child

    Ao que parece, Julie estava um entediada com o trabalho como secretária em uma repartição pública em Nova York e precisava de algo que a motivasse, então, seu marido, Eric, fez algumas sugestões, entre elas, escrever um blog. Ela então pensou sobre o que poderia escrever no tal blog e decidiu que, como gostava de cozinhar, talvez seria interessante fazer as receitas contidas no livro de Julia Child, que ela havia sorrateiramente trazido da casa de sua mãe, e relatar essas experiências. Foi mais ou menos assim que começou o projeto Julie/Julia.

    Julia Child também parece ter ido estudar gastronomia na tradicional escola Le Cordon Bleu, em Paris, por estar entediada e não saber o que fazer enquanto seu marido, Paul, trabalhava, no fim dos anos 1940/início dos anos 1950. Como o marido apreciava boas comidas e bebidas, talvez o interesse por preparar pratos sofisticados tenha surgido daí.

    Julie vai mesclando fragmentos de sua autobiografia, incluindo lembranças, o marido, a família, os amigos, o trabalho maçante, detalhes (em sua maior parte fictícios) sobre Julia Child e o preparo de receitas francesas. Em alguns pontos é um pouco monótono, pois ela detalha demais, como, por exemplo, quando ela conta que, aos 11, via uma revista pornográfica dos pais escondida, quando eles saíam, e que associou o livro da Julia Child da mãe à revista quando o viu, porque os nomes das receitas lhe pareciam meio "pornográficas". O prazer sexual e o prazer da comida são prazeres distintos, mas que, de certa forma, se aproximam. Às vezes ela comenta bastante sobre a vida de alguns amigos e parece fugir um pouco do foco do livro - como a história de uma amiga que estava flertando com um homem casado e muito mais velho.

    Julie cozinha depois do trabalho e nos finais de semana, o que faz com que ela fique bastante cansada e que provavelmente gerou um desgaste no relacionamento. Há receitas que dão certo (sopa parmentier), outras que dão errado (boeuf bourguignon) e outras que, apesar de ela e seus leitores odiarem, ela insiste em fazer (aspic - um tipo de comida que é envolvida por um tipo de gelatina), para cumprir a meta do projeto.

    O blog tem um público cada vez maior e acaba chamando a atenção de algumas pessoas da mídia, que começam a querer entrevistá-la e, assim, o blog ganha ainda mais notoriedade, até que ela é convidada a publicar um livro. A súbita fama permite que ela deixe o emprego na repartição pública para se dedicar à escrita.

    O livro não é ruim, mas também não é surpreendentemente bom. Fica no meio-termo. É um bom entretenimento para amantes de culinária/gastronomia, mas leitores um pouco mais exigentes podem não gostar, nesse caso, recomendo apenas o divertido filme, com a ótima Meryl Streep, que me deu à Julia Child um ar mais simpático do que ela parecia ter. O fato de a Julia Child ter dito que antipatizava com o blog/projeto da Julie Powell e que não queria ninguém "ganhando dinheiro com o nome dela" me deixou uma impressão meio negativa da Julia, porque interpreto o que a Julie fez como uma homenagem.

    Abaixo, um vídeo da Julia Child preparando o boeuf bourguignon:



    Neste link dá para ler o blog do The Julie/Julia Project Blog, que não tive paciência de ler, embora deve ter sido muito bacana acompanhar o blog na época em que era escrito.

    Inspirada pelo livro, fiz Foie de veau au champignon et à la crème fraîche (fígado de vitela com champignon e creme de leite fresco - mas não usei fígado de vitela, usei fígado comum).

    ***

     Foie de veau au champignon et à la crème fraîche 
    (Fígado de vitela com champignon e creme de leite fresco)

    Receita adaptada daqui.


    Ingredientes:

    500 g de fígado bovino
    5 dentes de alho
    1 cebola pequena
    champignons
    5 colheres de creme de leite fresco
    um pouco de vinho branco
    sal e orégano a gosto
    azeite de oliva para fritar

    Modo de preparo:

    Picar a cebola e o alho e fritar no azeite. 


    Cortar o fígado em cubos e fritar. Acrescentar um pouco de vinho branco, o sal e o orégano.


    Depois, acrescentar o champignon cortado e o creme de leite e mexer até o creme de leite começar a ferver. Desligar o fogo.


    Os acompanhamentos podem ser arroz branco ou batata sauté e salada.


    Depois quero tentar fazer o famoso boeuf borguignon!

    Obs: com o restante do frasco de creme de leite fresco é possível fazer chantilly, bastando bater o creme de leite com quatro colheres de sopa de açúcar com o fouet até dar o ponto. Fica uma delícia.



  4. A árvore generosa

    domingo, 29 de setembro de 2013


    Título: A árvore generosa
    Título original: The Giving Tree
    Autor: Shel Silverstein
    Tradutor: Fernando Sabino
    Editora: CosacNaify
    Número de páginas: 60
    Publicação no Brasil: 2006
    ***
    Esse comovente livro supostamente direcionado ao público "infantojuvenil" me foi apresentado pela amiga Sol Yokoi quando nos encontramos pela primeira vez, se não me engano, em 2009. Nos falávamos virtualmente e, quando fomos nos encontrar pessoalmente, ela me levou para a Livraria da Vila, onde ela havia trabalhado antes de ir para uma editora. Ficamos mais na sessão de livros infantojuvenis da loja e ela me apresentou vários outros livros incríveis. Então este post é uma homenagem a ela.

    O livro A árvore generosa foi escrito pelo poeta, escritor de livros infantis, letrista e cartunista Shel Silverstein [Sheldon Allan Silverstein] (1930-1999) e publicado originalmente em 1964 pela editora Harper & Row - atualmente HarperCollins - depois de várias recusas de outros editores, que afirmavam que o livro era muito triste, que ficava entre a literatura infantil e a adulta e que não venderia, que a história era muito curta. Às vezes os editores erram feio: este é o livro mais conhecido de Shel e foi traduzido para 30 idiomas. 

    Shel Silverstein (foto tirada daqui)

    Shel Silverstein se divertindo com as crianças (foto tirada daqui)

    Shel contou em uma entrevista que, quando criança, queria ter sido um talentoso jogador de beisebol e ter feito sucesso com as garotas, mas, como não sabia jogar nem dançar, começou a escrever e desenhar.

    A árvore generosa foi seu segundo livro a ser publicado (depois de Leocádio, o leão que mandava bala [Lafcadio, the Lion Who Shot Back]) e traz a história de uma árvore, uma macieira, que amava um menino. Ela o amou desde quando ele era criança até que ele ficasse velho, dando-lhe tudo o que podia. Uma leitura possível é a árvore representando os pais, que sempre querem dar tudo que podem aos filhos e continuam amando-os para sempre; outra leitura é a de que nós, como seres humanos, esgotamos o que a natureza oferece do momento em que nascemos até o fim da vida. Há, ainda, várias outras leituras possíveis. De qualquer forma, a história é triste, mas bonita.

    Abaixo, o vídeo de animação do livro inteiro narrado pelo autor:



    Shel faleceu em 10 de maio de 1999 de ataque cardíaco.

    Curiosamente, em um de seus livros, há esse verso:

          WHEN I AM GONE
           When I am gone what will you do?
           Who will write and draw for you?
           Someone smarter — someone new?
           Someone better — maybe YOU!

    [tradução minha abaixo]
       
             QUANDO EU ME FOR
             Quando eu me for, o que você vai fazer?
             Quem vai escrever e desenhar para você?
             Alguém mais esperto — alguém novo?
             Alguém melhor — quem sabe VOCÊ!
     
    Site oficial: http://www.shelsilverstein.com/
    ***

    STRUDEL DE MAÇÃ

    Receita tipicamente alemã. A massa também pode ser feita com massa folhada comprada pronta (da próxima vez, usarei esse tipo de massa!).


    Ingredientes:

    Massa:
    350 g de farinha de trigo
    25 g (1 colher de sopa) de manteiga ou margarina
    1 ovo
    1 gema para pincelar
    30 g de açúcar
    1 xícara de água
    gotas de vinagre (usei gotas de suco de limão)

    Recheio:
    6 maçãs (usei as da Turma da Mônica, que vêm em um pacote, acho que o tipo é gala)
    2 colheres de farinha de rosca
    5 colheres (sopa) de açúcar
    2 colheres de sopa de manteiga ou margarina
    60 g de uva passa sem semente
    60 g de nozes moída 
    1 colher (sopa) rasa de canela em pó
    açúcar de confeiteiro para polvilhar

    Modo de preparo:

    Massa:

    Ferva a água e a manteiga (ou margarina). Em uma vasilha, coloque metade da farinha peneirada, o ovo, o açúcar e as gotas de vinagre (ou suco de limão) e misture. Depois, acrescente a água com a manteiga e misture. Acrescente o restante da farinha e, se precisar, acrescente mais, até dar o ponto, quando a massa não grudar mais nas mãos.


    Cubra a massa e deixe descansar por pelo menos uma hora.

    Enquanto isso, prepare o recheio.

    Recheio:
    Descasque as maçãs e rale-as na parte mais grossa (com os buracos maiores) do ralador.



    Retire o excesso de água espremendo as maçãs raladas com as mãos.


    Acrescente a farinha de rosca (para absorver um pouco mais a água das maçãs raladas), o açúcar, as uvas passas, as nozes moídas, a manteiga e a canela. 


    Misture tudo.


    Montagem:
    Forre a superfície da mesa ou pia com papel filme. Reparta a massa ao meio e abra-a com um rolo, de forma que ela fique bem fina:


    Cubra a massa com metade do recheio, espalhando-o bem.




    Com a ajuda do papel filme, enrole a massa.



    Unte a forma com manteiga ou margarina e coloque o strudel.

    Pincele a gema. (Pincelei a manteiga e depois a gema, mas imagino que apenas a gema é suficiente.)



    Repita o procedimento para o restante da massa e do recheio.


     Coloque no forno médio pré-aquecido por aproximadamente uma hora.


    Espere esfriar a polvilhe o açúcar de confeiteiro.



    Pode ser servido com uma bola de sorvete de creme ou com chantilly.