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  1. Deliciosas comidas de rua, quem vai querer?

    sexta-feira, 31 de julho de 2015


    Título: Comida de Rua - O melhor da baixa gastronomia paulistana
    Autora: Bianca Paulino Chaer
    Editora: Editora Alaúde
    Número de páginas: 248
    Ano de publicação: 2015

    ***
    Este guia é maravilhoso de ler e dá água na boca!

    A autora, que se define como "jornalista e comilona" (verdade, está na segunda orelha do livro), tem um texto delicioso, que fica ainda melhor com as muitas fotos coloridas que o livro traz.

    Este guia é baseado no gosto da Bianca (autora), como ela explica no início do livro, e não inclui todas as melhores comidas de rua de São Paulo, o que imagino ser impossível de catalogar - até porque cada um tem seu gosto...

    "Não pretendo classificar ou escolher os melhores produtos nem dar o aval de que tudo que foi retratado nestas páginas vai agradar aos paladares mais sensíveis e aos estômagos mais delicados. O que fiz foi apenas uma curadoria, uma seleção do que recomendaria aos amigos mais queridos. Todas as indicações neste livro foram escolhas próprias. Realizei ao menos uma visita anônima, para avaliar a comida. Incluí doces e salgados que comi até dizer chega."

    Dos quase 40 locais com comidas de rua do guia, só provei as massas do Rolando Massinha, quando a kombi ainda ficava no estacionamento da loja Volkswagen na Av. Sumaré, e os Doces de Obeny e Maria Emília, na praça Benedito Calixto, e gostei MUITO dos dois.

    No guia tem de tudo: acarajé, hambúrguer, doces, picolés, pizza, pastel, espetinho, guioza, waffle, comida asiática, tapioca, sanduíche de pernil, cachorro-quente, salteña...

    Gostaria de experimentar tudo que foi indicado, vamos ver se consigo! =)

    Além de apresentar os food trucks ou barracas que oferecem comida de rua e falar obre os pratos servidos, a Bianca conta um pouco da história das pessoas por trás de todas as delícias servidas. 

    Tem, por exemplo, a história da Laila, libanesa radicada no Brasil, que, depois de tentar ganhar a vida dando aulas de inglês, modelando vestidos de noiva e pintando quadros, passou a vender quibes e esfirras pelo bairro onde morava para sobreviver. Depois, com a ajuda de R$ 2 mil dados por uma vizinha, ela comprou uma barraca e ingredientes para começar a vender suas comidas. Aos poucos, foi conquistando freguesia e hoje em dia sua barraca vai muito bem.

    Tem também a história da paraense Vângela Velozo, que vende comida de sua terra na Embaixada Paraense II, na praça Benedito Calixto. A família toca o restaurante Embaixada Paraense I em Fortaleza e Vângela toca a "filial" do negócio aqui em São Paulo. De dois em dois meses, Vângela vai até Belém para selecionar os ingredientes que vai usar em seus pratos e depois despacha tudo por avião. Fiquei com vontade de provar tucupi (caldo de mandioca com goma de mandioca e camarões secos), bolinho Ver-o-Peso (pela foto parece um bolinho caipira, mas é recheado com queijo gouda e jambu) e maniçoba com arroz paraense (maniçoba, chamada de "feijoada paraense", é feita com carne de porco e folha de maniva; o arroz leva jambu, tucupi e camarão).

    E há várias outras histórias curiosas de pessoas que trocaram suas profissões para se dedicar à cozinha. Vale a pena ler as histórias de vida e também sobre os quitutes e depois se aventurar em busca dos food trucks e barracas!

    Inspirada pela leitura desse guia, fiz a minha versão de X-buguer: pão de mandioquinha + hambúrguer caseiro + maionese caseira (sempre quis aprender a fazer!) + queijo + alface + tomate. Gostei do resultado e hoje serão três receitas bastante simples!

    ***

    X-BURGUER CASEIRO COM PÃO DE MANDIOQUINHA

    Pão de mandioquinha

    Ingredientes:
    500 g de mandioquinha cozida e espremida
    2 colheres (sopa) de açúcar
    2 tabletes de fermento para pão (30 g)
    200 ml de leite morno
    3 ovos inteiros
    100 g de margarina
    1 colher (sopa) rasa de sal
    farinha de trigo até dar o ponto (até a massa soltar das mãos)

    Modo de preparo:
    Misturar bem todos os ingredientes e ir acrescentando farinha até a massa desgrudar das mãos. [Como eu quis passar uma gema de ovo sobre os pães para eles ficarem mais bonitos, acabei usando duas gemas e três claras na massa.] 



    Depois, cobrir com um pano de prato e deixar descansando por cerca de 30 minutos.


    Depois de 30 minutos, a massa cresce e fica assim:


    Untar (usei óleo, passado com guardanapo) e enfarinhar a fôrma. Dar formato de pães de hambúguer à massa, deixar descansando por mais cerca de 30 minutos. Depois, pincelar uma gema de ovo sobre os pães e colocar em forno preaquecido.


    Deixei no forno médio por cerca de 40 minutos e eles ficaram assim:


    ***
    Maionese caseira*
    [fiz o dobro da receita]

    Ingredientes:
    1 ovo cru
    1 ovo cozido
    alho (o ideal é desidratado, em pó, se não tiver, usar 2 dentes de alho - usei 2 dentes de alho)
    1 colher (café) de mostarda
    6 gotas de limão
    sal e pimenta-do-reino a gosto
    óleo para dar o ponto
    azeite a gosto
    * se preferir uma maionese verde, acrescentar 1 xícara (chá) de cheiro-verde picado


    Modo de preparo:
    No liquidificador ou mixer, colocar os ovos (1 cru e 1 cozido), as gotas de limão, o sal e a pimenta. Bater em potência máxima.
    Aos poucos, acrescentar o óleo e o azeite e bater até adquirir a consistência ideal. É importante que eles sejam despejados bem devagar, com um fio fino e constante.
    Quando estiver no ponto [fui provando para testar a consistência], acrescentar o cheiro-verde (se for usar), a mostarda e o alho.


    ***

    Hambúrguer caseiro

    Ingredientes:
    500 g de carne moída [usei acém]
    1 ovo inteiro
    tempero a gosto ou 1/2 pacote de creme/sopa de cebola
    [usei um pouco de vinho tinto, tempero pronto Etti, alho amassado e um pouco de cebola picadinha; deixei temperando de um dia para o outro na geladeira para pegar mais o gosto]

    Modo de preparo:
    Misturar o ovo à carne moída temperada até a massa ficar homogênea. Moldar os hambúrgueres e levar à frigideira com um pouco de óleo.


    ***

    Depois, é só montar o X-burguer, escolher uma bebida gostosa e #partiuserfeliz! :)



  2. Guia Gastronômico das Favelas do Rio

    domingo, 30 de junho de 2013

    Título: Guia Gastronômico das Favelas do Rio
    Concepção e edição: Sérgio Bloch
    Textos: Ines Garçoni
    Fotos: Marcos Pinto
    Editora: Arte Ensaio
    Número de páginas: 170
    Ano de publicação: 2013
    ***

    A ideia para o inusitado Guia Gastronômico das Favelas do Rio surgiu há alguns anos, quando o diretor Sérgio Bloch realizava filmagens para um documentário em algumas favelas recém-pacificadas do Rio de Janeiro. Ele e sua equipe gastavam muito tempo na hora do almoço, pois saíam das favelas para fazer as refeições, então começaram a procurar restaurantes nas próprias comunidades.


    Para o livro foram selecionados 22 estabelecimentos gastronômicos de oito favelas (Morro da Providência, Santa Marta, Tabajaras, Chapéu Mangueira/Babilônia, Vidigal, Rocinha, Morro dos Prazeres e Complexo do Alemão), sendo que um dos critérios adotados para a seleção foi que os donos tivessem histórias interessantes para contar, além de as comidas serem boas - pelas fotos, todas dão água na boca!

    Na abertura dos capítulos há um resumo histórico da favela onde os estabelecimentos a ser apresentados estão localizados. No histórico do Morro da Providência, no centro do Rio, por exemplo, ficamos sabendo que a demolição de cortiços naquela região, devido à política higienista ocorrida em 1893 (cortiços foram demolidos a fim de combater doenças), fez com que moradores buscassem alternativas de moradia nas encostas. E, em 1897, aos ex-moradores dos cortiços se juntaram soldados que haviam voltado da Guerra de Canudos - a quem o governo havia prometido moradia caso ganhassem a guerra (promessa que não foi cumprida). Foi nessa época que surgiu a designação "favela", em referência à semelhança do tal morro a um morro próximo de Canudos chamado Favela, base dos soldados durante a guerra.

     Versão em inglês sobre o Morro da Providência no final do livro

    Também achei interessante o fato de a Rocinha (Zona Sul), favela mais populosa do Rio, já ter sido, de fato, uma "rocinha" nos anos 1930. Ali eram plantadas hortaliças, aipim, abóbora, bananeiras e outros alimentos e também se criava animais.
    Depois do breve histórico de cada comunidade, surgem histórias de empreendedorismo e criatividade de personagens interessantes e carismáticos, como a de Glimário, que saiu do Recife, arranjou um emprego em um restaurante no Rio e, depois de dezessete anos, abriu um restaurante na Rocinha, onde serve carnes de vários animais "exóticos", entre outras, de javali, capivara, avestruz, rã, jacaré e coelho.



    Tem também a Adriana, a "moça da empadinha", que parodia e canta letras de funk enquanto anuncia suas empadas. Ela até participou (como ela mesma) da novela Salve Jorge, ambientada no Complexo do Alemão - aliás, o "alemão" que deu nome à comunidade, na verdade, era um polonês que chegou ao Rio fugindo da Primeira Guerra Mundial nos anos 1920, Leonard Kaczmarkiewicz.

    Além de carnes exóticas e empadinha, o Guia também indica onde encontrar batida de Halls, feijoada, comida japonesa, comida nordestina, cachorro-quente, tapioca, açaí, frango no bafo, sanduíches e pizzarias.

    Na Pizzaria Elite, na comunidade Tabajaras, na Zona Sul, o cearense Antonio Claudio e a esposa, Arlete, servem 50 sabores de pizza com nomes de países, que foram escolhidos aleatoriamente. A massa é fina e crocante e ele diz que tem um segredo para fazê-la, mas não o revela, é claro.


    Já Silvania serve 35 tipos de pizza no Complexo do Alemão e diz que a mais pedida é a Carioquinha (presunto, calabresa, bacon, cebola e orégano). Apesar de servir refeições no almoço e no jantar, como pratos feitos com mocotó, frango assado e grelhado, nhoque à bolonhesa, e vender pães com recheios diversos, e de seu restaurante se chamar "Silvania Bolos", a preferência da maior parte do público é mesmo pelas pizzas.


    O livro tem capa dura, fotos muito boas, além de um ótimo projeto gráfico. Esse livro para mim foi uma descoberta e uma grata surpresa. Deu vontade de provar a comida de todos os lugares indicados.

    ***

    Pizza vegetariana e pizza de chocolate, morango e kiwi
    com massa caseira


    Acredita-se que a história da pizza começou com os fenícios, três séculos antes de Cristo, quando eles acrescentavam uma cobertura de carne e cebola ao pão, parecido com o pão sírio (redondo e achatado). Os turcos também adotaram o alimento, mas preferiam a cobertura com carne de carneiro e iogurte. Durante as Cruzadas, no século XI, o pão turco foi levado para o porto de Nápoles, na Itália, onde a receita foi aperfeiçoada até chegar à forma como a conhecemos e chegou ao Brasil graças a imigrantes italianos. [Obrigada, italianos, por essa comida maravilhosa!]
    Uma curiosidade: o Dia da Pizza é comemorado no dia 10 de julho.

    A receita da massa abaixo é da minha mãe e a medida dá para uma pizza grande uma pequena. Para duas pizzas grandes, o ideal é fazer uma receita e meia.

    Ingredientes para massa:
    25g de fermento biológico (em tablete ou em pó)
    300g de farinha de trigo
    1/2 xícara (chá) de óleo
    1/2 xícara (chá) de leite morno
    1 ovo
    sal (a gosto)

    Modo de preparo:
    Dissolva o fermento no leite e misture o restante dos ingredientes. Deixe a massa descansar por 15 minutos. 
    Depois de descansar, a massa dobra de tamanho!
    Abra a massa do tamanho da assadeira. Unte a assadeira com um pouquinho de óleo. 
    Pode-se forrar a mesa para que ela não fique engordurada...



    Coloque a massa na forma, fure com garfo e leve para assar em forno pré-aquecido. Quando estiver assada (aproximadamente 20 minutos), cubra com a cobertura de sua preferência.
     
    Ingredientes para cobertura salgada (vegetariana):
    Molho de tomate:
    Pode-se usar molho pronto ou (o melhor) preparar o molho batendo 2 tomates e um pouco de água no liquidificador e depois levar ao fogo, acrescentando um pouco de sal, açúcar, orégano e manjericão. Ou, ainda, pode-se fazer o molho fresco e depois acrescentar um pouco de molho pronto para dar um pouco mais de cor (dessa vez, usei a terceira opção).
     Demais ingredientes:


    250g de brócolis cozido e refogado
    2 dentes de alho
    1/2 cebola
    1 vidro de palmito
    1 vidro pequeno de champignon
    4 ovos cozidos
    azeitonas picadas a gosto
    100g de queijo mussarela

    Modo de preparo:
    Frite o alho, acrescente a cebola e refogue o brócolis (previamente cozido). Acrescente o palmito, o champignon e as azeitonas picados e, por último, o ovo também picado. Acrescente sal e outros temperos a gosto.
    Cubra a massa (previamente assada) com o molho, coloque as fatias de queijo mussarela e, depois, os demais ingredientes.


    Deixe assar por aproximadamente 15 minutos.

    Ingredientes para cobertura doce (chocolate, morango e kiwi):
    1 barra (200g) de chocolate ao leite ou meio amargo
    1/2 lata de creme de leite
    1/2 caixa de morangos
    2 kiwis

    Modo de preparo:
    Pique/rale a barra de chocolate e leve ao banho-maria até derreter.


    Acrescente meia lata de creme de leite e mexa até obter uma consistência cremosa e homogênea.

    Cubra a massa com o creme de chocolate e depois acrescente o morango e o kiwi picados.


    Deixe assar por aproximadamente 15 minutos.